sexta-feira, 27 de junho de 2008

You Only Live Once

"Me acalme,me cale, eu vou me acalmar e vou me entender com você."
You Only Live Once - The Strokes

Pra mim, essa é a melhor música do The Strokes. Eu realmente não consigo entender porque existe o ódio e a raiva. Não vou fazer aqui um manifesto a favor da paz, não é meu objetivo aqui hoje. Eu vou contar uma história interessante que me aconteceu. No início do ano, eu conheci uma pessoa por orkut. A gente ficou muito amigo, conversávamos todos os dias, por telefone, msn, orkut ou sms. Por alguns problemas, a gente brigou. É, me deletou do orkut, o msn continua lá e às vezes (na verdade, sempre) me dá vontade de conversar com essa pessoa, mas pra quê? Eu sei exatamente as palavras que eu vou ler depois que eu mandar alguma mensagem e eu sei que nada vai ser como antes. Mas às vezes você precisa de pessoas que você nunca pensou que iria sentir falta. O meu post anterior também foi sobre amizades e esse também é sobre amizade. Mas esse tal amigo não era só um amigo, era um irmão. Era pra ele que eu contava tudo que me acontecia, eu podia me abrir, contar todos os meus podres e as minhas verdades que eu sei que ele ainda seria meu amigo. Eu podia ser eu mesma, sem me preocupar com nada. Desde ontem, depois de toda a minha reflexão pra fazer o post, me deu uma vontade imensa de falar com ele "olha, eu sinto a sua falta, eu sei que você sente a minha também. Você é um ótimo amigo, você vale a pena. Vamo deixar o orgulho de lado e parar com essa babaquice de raiva.", mas ele não entrou no msn. E eu espero que hoje ele entre, porque eu vou deixar o link do blog pra ele e pedir pra ele entrar. E eu espero que ele leia cada uma dessas palavras e acredite que todas elas vieram do fundo do meu coração, porque realmente vieram. Então pra que esse ódio, essa raiva toda? Como você mesmo sabe, meu amigo, a gente só vive uma vez.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Faded Memories

Acordei hoje como em todos os outros dias. Olhei pela janela e o céu nublado e o vento frio pediam pra eu continuar na cama, é melhor. Mas, no mesmo instante a porta do meu quarto se abriu e minha cadelinha pulou na cama e não tive outra alternativa, a não ser me levantar. Me levantei, peguei minha jaqueta de moletom, coloquei o capuz e fui para o banheiro. Me olhei no espelho e percebi que ainda estava de maquiagem. É, até parece que eu vou chegar tarde em casa e retirar a maquiagem, ainda mais com a água gelada, então prefiro dormir de maquiagem e envelhecer 10 anos. Enquanto eu me olhava no espelho, minha cabeça voava e me lembrava de pessoas, situações, sentimentos, cheiros e toques que nunca irão voltar e que eu nunca vou me esquecer. O que é mais interessante é que eu nunca deixo de citar tais momentos como os mais intensos e bonitos da minha vida. É incrível como as coisas mais maravilhosas acontecem quando você mais precisa! Eu sinto falta das pessoas que conviviam comigo, sinto falta das risadas mais escandalosas, das aulas chatas e das pessoas, mesmo insuportáveis, que estudavam comigo. Ainda ontem estive recordando do meu baile de formatura. As pessoas dançando e bebendo e eu sentada numa mesa olhando aquilo tudo e pensando se aquele momento iria acontecer alguma outra vez, se aqueles amigos ainda seriam amigos, mesmo depois do abraço e do choro que me fez chorar também enquanto tentava dizer "a gente nunca vai ser um estanho, mesmo longe, isso aqui vai ser pra sempre". O que aconteceu é que hoje, pessoas que disseram coisas tão lindas e que passaram mais da metade da sua vida até agora, te tratam, sim, como um estranho. Como dizem os mais velhos, vivendo e aprendendo. Hoje eu sei que de promessas o inferno tá cheio, e que não espero mais nada de ninguém. É melhor sermos secos e insensíveis do que nos apegarmos e depois, com uma simples barreira, sermos abandonados. Dessa época, só existe uma pessoa, sim, uma pessoa que eu continuo amando, intensamente, que eu ainda tenho contato e que eu sei que, mesmo daqui 30 anos, vou continuar amando. O mais interessante é que essa pessoa sempre morou longe, nunca ao menos ouvi a voz (quer dizer, "gravando, vai!" é algo, mas vocês entendem o que eu quero dizer) e ainda assim é a pessoa mais importante da minha vida. É claro que depois dele vieram muitos amigos, muitas pessoas, mas ele é especial. Sim, pensei isso tudo enquanto me olhava no espelho. Depois que escovei os dentes e lavei meu rosto, me lembrei que precisava de estudar. E então me vi entre livros e artigos de professores super graduados, olhei para o céu nublado de novo, e ,mesmo depois de todos os pensamentos ruins sobre a minha época, me deu vontade de voltar no tempo. Eu me tornei essa pessoa com sonhos que nunca serão realizados, que nunca faz o que tem vontade de fazer, que nunca tem ao menos coragem de enfrentar um problema. Ora, eu sei que o minha vida dos sonhos não é nada comum, mas seria a minha felicidade completa. Sabe aquele filme que você assiste onde tudo é tão perfeitinho, tão bonitinho e tão armadinho que chega até ser enjoativo? É, essa é a minha vida. Eu queria coisas novas, eu queria sair em um ônibus em turnê com uma banda que ninguém conhece, viver situações inusitadas, conhecer pessoas e culturas exóticas. Tenho certeza que assim eu iria viver intensamente e seria a pessoa mais realizada do mundo, mesmo sem uma faculdade, mesmo sem um emprego de R$10.000, mesmo sem toda essa idéia de sonho americano. Mas, fazer o que? Ainda estou aqui, em meio de livros e mais livros, ao lado, uma xícara de café (o que se tornou um vício no último ano, já que o cigarro já foi pro brejo) e uma idéia de ser uma cirurgiã. Aliás, hoje em dia a gente não vive sonhos, a gente, infelizmente, vive de idéias que outros inventam e impõem. E quem disse mesmo que a gente tem livre arbítrio? Não sei, eu não o tenho.